O rei Davi, no Salmo 23, expressou: “O Senhor é o meu Pastor.” Que maravilha é ter a Deus como Pastor e contar com Sua presença e auxílio em todos os momentos! A partir dessa perspectiva — aplicada ao contexto pastoral —, que privilégio é podermos ser usados por Deus para abençoar, auxiliar, ajudar e consolar a vida dos nossos amados irmãos em diversos contextos e situações: desde a apresentação de uma criança, festas, enfermidades e até no momento do luto.

Nesta EBO, teremos a oportunidade de refletir sobre as bênçãos do ministério pastoral na vida cristã. E, nessa reflexão, quero destacar algo corriqueiro na prática pastoral, mas que possui um impacto e significado muito especial: as bênçãos ministradas ao final do culto.

Com certeza, o caro companheiro se lembrará de que, antes de ingressar no ministério, havia a expectativa de poder ministrar tal bênção, mas não podia fazê-lo por ainda não ter sido autorizado. (Chamo a atenção aqui, pois há alguns em nosso meio que dão bênçãos sem ainda serem pastores, quando o costume e a orientação da Igreja são para que apenas os autorizados o façam.) Agora, já ordenados, não podemos cair na mecânica de ministrar a bênção sem compreender sua devida importância.

Quando abençoamos o povo, citando o texto sagrado de Paulo aos Coríntios, 2 Co 13:14 — “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós. Amém” —, o que estamos realmente fazendo? Qual o impacto disso? Qual a importância para a Igreja?

Analisando o texto e trazendo para a vivência pastoral, percebemos, em primeiro lugar, que estamos abençoando com a presença do Deus Trino, pois há referência à Trindade. Em segundo lugar, são trazidos três aspectos fundamentais relacionados ao papel e ministério de cada Pessoa da Trindade. Dessa forma, estamos abençoando o povo com esses aspectos:

  1. A graça de Jesus — tanto a que salva, quanto a que ensina e fortalece;
  2. O amor de Deus — que, segundo Paulo, é derramado em nossos corações pelo Espírito. É uma convicção e um testemunho de que somos amados por Deus como filhos, além de ser uma capacidade de amar, dada por Ele;
  3. A comunhão do Espírito Santo — que representa nossa interação com a Pessoa do Espírito, nosso Paracleto, que veio revelar a verdade de Cristo, glorificar a Jesus, auxiliar-nos em nossas fraquezas e impulsionar-nos a realizar a obra. É na comunhão do Espírito que a Igreja é revestida de poder, adornada com os dons e fortalecida na unidade e paz entre o povo.

Por fim, tal bênção é usada em um momento de despedida. Assim como nos dias do Antigo Testamento, o povo aguarda esse momento, desejando voltar para seu lar e para seus afazeres crendo na proteção, no auxílio e no cuidado de Deus — com o propósito de retornar com o favor do Senhor no próximo culto.

Concluo esta reflexão convidando o nobre companheiro: quando levantar suas mãos para dar a bênção, não o faça com pressa, tampouco como algo comum. Levante as mãos, feche os olhos e, na autoridade do Senhor Jesus, abençoe o povo, compreendendo o que está dizendo. E creia: os céus contemplam, e as mãos do Senhor estão estendidas para abençoar o rebanho.

No amor de Cristo, nossa viva esperança.