Com muita frequência, ouve-se pessoas indagando acerca da oração: se Deus já sabe de tudo, por que e para que precisamos orar? A resposta a esta pergunta, possivelmente, não se encontra em uma única frase ou em um único texto bíblico, no entanto, é possível respondê-la com as seguintes argumentações:

Em primeiro lugar, precisamos orar porque, por meio da oração, expressamos a nossa fé, a nossa crença na existência do Deus eterno e Todo-Poderoso. Oração é o reconhecimento de que Deus não apenas existe como um ser comum, que um dia teve a sua própria origem, mas que Ele é Deus eternamente.

Em segundo lugar, nós oramos porque somos dependentes de Deus e precisamos expressar a nossa insuficiência diante da grandeza de Deus. Ao orarmos, estamos declarando para nós mesmos e para o reino espiritual que não somos autossuficientes, mas somos seres criados por Deus e dele dependemos. Quando oramos, estamos concordando com o ensino de Jesus Cristo:

Eu sou a videira, vós, as varas; quem está em mim, e eu nele, este dá muito fruto, porque sem mim nada podereis fazer. (Jo 15.5).

Em terceiro lugar, oramos porque este é o principal meio de podermos desfrutar da comunhão e da presença do nosso Criador e Senhor. Desde o princípio da criação, o propósito de Deus para os seres humanos incluía a comunhão destes com a sua bendita pessoa.

Em quarto lugar, exercitamos a oração porque o próprio Deus estabeleceu o princípio de comunicação entre Ele e os seres humanos. Deus espera que oremos e Ele mesmo ordenou em sua palavra:

“…E invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás”. (Sl 50.15)

“Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. (Is 55.6).

Em quinto lugar, nós oramos porque o Deus Criador é digno de toda adoração nos céus e na terra. A adoração não acontece apenas porque um certo período na programação da igreja é designado por esse nome. É provável que todos nós já tenhamos frequentado cultos em que, pelo menos na aparência, parecia haver pouco da verdadeira adoração a Deus. Nesse caso, o que é adoração? Adoração é uma reação ativa a Deus, pela qual declaramos sua dignidade. A adoração não é passiva, mas sim participativa. Adoração não é simplesmente um clima; é uma reação, adoração não é apenas uma sensação; é uma declaração. (RONALD & GORDON BORROR,2002, pág. 16). Se a verdadeira adoração é uma reação, então, deve ser uma atividade consciente por parte do adorador. Além de ser uma expressão de convicção interior de quem a pratica, a adoração deve ser exercida de acordo com a dignidade daquele que recebe a adoração. A Bíblia declara que o nosso Deus é digno de todo louvor e de toda a glória. O livro dos Salmos e o livro de Apocalipse estão repletos de declarações oriundas dos adoradores de Deus. Enquanto oramos, adoramos e servimos aquele que é digno. Assim, a prática regular da oração faz pleno sentido porque aquele que ouve e responde às nossas orações está sendo honrado e adorado enquanto atribuímos a Ele as nossas orações. Por causa de Sua natureza divina, ou seja, da pessoa que Ele é e de tudo que Ele faz, atribuímos a Ele a glória que é devida ao seu nome. Esse é o forte sentimento do salmo 96.7-8: “Deem a Javé, ó famílias das nações, deem a Javé glória e força. Deem a Javé a glória devida ao seu nome, E entrem nos seus átrios trazendo ofertas. (Sl. 96.7-8 NVI). Adoramos a Deus quando damos a ele a glória devida ao seu nome. Esse hino do Salmo 96 do Antigo Testamento é comparado a um hino do Novo Testamento de grande adoração ao Cristo vivo, o cordeiro que é digno:

“Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor”.  (Ap 5.12).

“Ao Deus triúno, o Ser Supremo das Escrituras, O Bendito Pai, Filho e Espírito Santo – a ele todas as criaturas, de todos os tempos devem adoração”. (RONALD & GORDON BORROR, 2002, p. 17).

Em sexto lugar, nós devemos orar porque precisamos fazer intercessão em favor de outras pessoas. Deus sempre quis que o seu povo fosse um sacerdócio em favor das nações de toda a terra. No livro de Gênesis, encontramos o patriarca Abraão intercedendo por Sodoma, Gomorra e mais cinco cidades circunvizinhas. Em Êxodo, Moisés e Aarão intercedem por Faraó e por todos os habitantes do Egito.

Em sétimo lugar, nós oramos porque, pela oração, podemos dirigir a Deus nossos pedidos, súplicas e solicitações para que Ele intervenha em nosso favor. O nosso Deus é o Deus que intervém. Jesus ensinou aos seus discípulos a oração modelo, e nessa oração os discípulos são encorajados tanto a expressar louvor e adoração ao Pai celestial, como também a suplicarem por suas necessidades diárias, como alimentação, perdão e proteção. (Extraído do livro: “Aprendendo a orar com Jesus e as mulheres da Bíblia”, da autoria do Pastor Rayfran Batista da Silva).

Pr. Rayfran Batista da Silva